sábado, 30 de junho de 2007

#1

era pra ser só mais um dia divertido, um dia para se lembrar talvez, mas não era para ser esse o motivo da lembrança, em todo caso, era quase um dia normal. um aniversário e um almoço num lugar diferente, na verdade, nada que seja tão diferente assim, mas o centro da cidade é realmente um lugar com energias estranhas, se é que isso existe. o fato é que eu nunca imaginaria que pudesse, neste dia, acontecer algo com tamanha proporção, levando-se em conta racionalmente que de certa forma é 'ridículo'.
em meio ao meu passeio aparentemente normal ocorre a coisa mais imaginada, porém, desacreditada que poderia acontecer: eu o vi.
da pior forma, maneira, circustância e roupa que poderia. era apenas para pedir uma informação, que diga-se por passagem era bem idiota, e ir embora; mas a hora que ele virou meu coração parou. acho até que travei, o tempo parou de forma tão rápida que na hora eu mal pude perceber.

- como pode? o guri nem era tão bonito assim. sei lá, ele tinha algo.. acho que meu coração ficou.

guspiu algumas palavras tortas as quais eu mal pude entender, não sei se porque estava completamente fora do chão ou porque ele estava bêbado, e então desci as escadas. quase um filme; ouvi algo "mas eu sei aonde ele comprou!", péssima hora pra voltar atrás. mas então de repente, não mais que de repente, o destino prega a maior peça do dia, talvez a mais cruel, a mais doída, a pior.

- já que erramos o caminho agora vamos dar a volta mesmo!

porque tal volta? quem está no mais improvável lugar parece ter se locomovido até láde propósito, indiferente ao meu mais novo amiguinho sentimento. amores-brever-de-centro-da-cidade. maybe. desenrolou mais uma vez algumas palavras ininteligiveis mas desta vez o motivo do não entendimento foi o fato de eu ter saído de mim e não ter conseguido tirar os olhos daquele ser, chegado ao ponto de tê-lo constrangido, creio eu.
nada de especial aparentemente, era só um quê especial, um "gonócio", algo inatingível com palavras; mas havia. estava lá quieto e esperando por mim. talvez a camisa desbotada e velha com marcas de cortes feitos por ele mesmo, talvez a calça, talvez as pernas, talvez o sapato, talvez o cabelo, talvez o corpo anêmico tipo rato, talvez a cor pálida e fria da pele, talvez tudo. era ele. é ele.
e eu nem sei o seu nome.


aguarde, sr. moço, tentarei cruzar o seu caminho mais uma vez, only one. não se acustume com platônismos, você não faz o tipo de ninguém.

sábado, 23 de junho de 2007

era pequeno, mas se tornou
grande grande grande.

killmeplease.