terça-feira, 19 de agosto de 2008
Para um outro alguém quê.
às vezes era difícil imaginar o que ele estaria pensando, um garoto calado e, de repente, um olhar fixo e a tentativa de reter todos os sons e imagens que pudesse na mente, por saber de sua memória ruim, para lembrar mais tarde, quando enfim tivesse ido embora. e era todo o tempo essa dúvida em mim, que parecia impossível e ao mesmo tempo tão fácil de ser respondida quando nos encaixávamos em beijos demorados ou nos misturávamos em alguma cama, e então eu não sabia qual braço era o meu e qual era o dele, pedaços de mim perdidos em pedaços dele e eu sabia o que ele estaria pensando naquela hora; da mesma forma que ele devia (tenho certeza) saber o que se passava em mim, e eu só conseguia pensar em como, meu deus, como e da onde havia saído aquela coisa tão bonita que surgiu tão de repente. sentíamos muito sono, principalmente ele, por não dormir há dias, mas eu não me importava - e o som do coração dele batendo devagar era como música para dormir.
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