segunda-feira, 19 de julho de 2010

a cem por hora, meu amor

(...)
e no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
diminui o meu amor

em cada luz de mercúrio
vejo a luz do teu olhar
passas praças, viadutos
nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar...

no Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana o mar sou eu
como é perversa a juventude do meu coração
que só entende o que é cruel, o que é paixão

e as paralelas dos pneus n'água das ruas
são duas estradas nuas
em que foges do que é teu

no apartamento, oitavo andar
abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu...

(Paralelas - Belchior)

Um comentário:

Renata L. disse...

como é perversa a juventude do meu coração
que só entende o que é cruel, o que é paixão


sou eu, sou eu aí.