domingo, 27 de janeiro de 2008

Escrevo em primeira pessoa

escrevo em primeira pessoa. nunca gostei de contar casos alheios ou escrever sobre qualquer outra coisa que não fosse meu próprio umbigo; sempre tive problemas com seres humanos e não pretendo fazer disso mais um pretexto para fugir de toda e qualquer coisa que me aflige. acordo todos os dias com a minha tristeza e pretendo ficar com ela até o que em que quiser ir embora sozinha. sempre deixo escapar um sorriso pensando no que acontecerá ao longo do dia enquanto faço meu primeiro xixi, não sei se porque não espero nada ou porque espero demais. sou tão pedante que consigo achar que no dia seguinte tudo poderá ser diferente, enquanto bato com a cabeça no muro da minha ignorância todos os dias, todas as horas.
desculpe-me se eu não consigo incluir você nestes planos (planos?), eu não consigo ao menos sentir falta de mim mesma. eu realmente me nego a dar a você menos do que você merece. não sei se devo me desculpar por isso também, ou se devo apenas assistir ao que acontecerá depois de você descobrir que eu não sou alguém que pode te fazer feliz. estive assistindo a conseqüências durante toda a minha vida, tanto as que eu sofri quanto as que eu causei em outras pessoas, não me importo. “tell me why you cry and why you lie to me”… não entendo o que estas palavras querem dizer. por favor, me perdoe; mas hoje eu realmente não entendo. não venho entendendo muita coisa de uns tempos pra cá, na verdade mal tenho consigo me sentir culpada.
nunca li kafka, não entendo nada de ciência, mal consigo passar de ano, não sei fazer os cálculos mais imbecis, mas à fora tudo isso aprendi a pensar, mesmo que isso não valha de nada. pensar tem sido a única atividade que eu consigo praticar, ainda que mal. estou travada, me sinto travada. chains of love. não vou dizer que desta vez são coisas do tempo, o tempo não tem culpa, ninguém tem culpa. o tempo não tem nada a ver com a minha vida, e muito menos eu com ele e, pensando bem, foda-se o tempo.

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