Não posso mais me culpar pela sua incapacidade de ler meus silêncios. Não posso mais, meu querido, carregar esta cruz que é tão maior do que o que meu corpo frágil pode carregar. De uma vez por todas, não tenho mais minha própria permissão para embaçar minha visão com a fumaça de um fogo que já não mais existe há tempo demais para que eu ainda ache que é possível vê-lo aceso outra vez. Não desisto por conformismo, mas porque a solidão me sugou até não restar nem o vácuo, o completo vazio. Vão-se as chuvas, mas ficam-se as poças, meu amor, onde piso todos os dias com os pés cansados seguindo ordens de uma cabeça dura que teima em não trocar de caminho – na próxima tentativa, talvez, ela não esteja mais lá para molhar meus sapatos já mofados.
Perder você foi como procurar incessantemente uma palavra de meu idioma em um dicionário de língua estrangeira. Todos os dias, todas as horas, como uma função automática que eu exercia sem precisar raciocinar direito; obcecada. Exatamente da mesma forma como te amei, e te amo,
sem parar.
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