segunda-feira, 25 de outubro de 2010

mas sobretudo, apesar do saco-cheio

Paulo Scott

duas e meia, lembrando de conversa que tive com casal no momento em que saia da praça a caminho do hotel (isso foi ontem por volta das nove e meia), os dois super jovens e acadêmicos e empolgados falando de poesia e do quanto maravilhosa deve ser a vida de um poeta, lá pelas tantas eu disse: os leitores é que salvam a poesia, a poesia vive no silêncio e nas formas de desespero, poetas são caras inúteis que falam uns dos outros pelas costas, só acredito nos poetas gays e nos poetas que se mataram ou morreram fuzilados, o resto sobra nas categorias impostor e auto-ajuda, exatamente como eu, eles ficaram rindo sem graça, pedi desculpa e confessei que a poesia na minha vida não servia pra nada

(ithaca road, a lindeza: http://pauloscott.wordpress.com/)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

(...) all i know is that you're the nicest thing i've ever seen

às vezes que acho que nunca existiu e nem nunca vai existir nada no mundo que seja mais lindo que você. nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Satori in São Paulo

Abracei o travesseiro, enrolei as pernas contra o cobertor e dormi sem enxergar a ausência de você ao meu lado. Quando acordei, era a sua blusa que eu vestia, o seu cigarro que ardia meus pulmões e o seu bilhete a última coisa que li antes do porre apagar todos os meus sentidos. Não posso evitar viver assim cercada de coisas tuas esquecidas por aqui porque toda as vezes que penso em me livrar de uma vez por todas da sua presença, é como se sentisse outra vez a dor que senti quando te arrancaram de mim – como se me arrancassem a pele a sangue frio. Mañana sin ti, sol frio, café velho, moscas en la casa, ressaca. Não a ressaca da noite anterior, meu bem, mas a ressaca que vive em mim; a ressaca deste tempo que vivi contigo, da embriaguez do que sempre me pareceu amor, e que de repente se foi e se desfez como que da noite pro dia, e agora é só a tristeza, a lembrança, a saudade. A dor. A-maior-dor-do-mundo, com calma, para ser lido com o peso do cansaço destes meus olhos que já não agüentam mais chorar, que já não agüentam mais ficar abertos dias e noites, que já não agüentam mais te caçar por aí em todas as esquinas por onde passo sem encontrar nem restos de você.

I don't know if life is greater than death, but love was more than either. Ou pelo menos é o que diz uma história bonita, mas me explica, minha querida, me explica... o que acontece quando um amor é menor do que a própria vida e acaba enquanto a morte vem rondando traiçoeira maior do que qualquer coisa que possa ter vindo antes?

Não acontece nada.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

estoy enloqueciendome


e eu sei por que você se foi...


mas não consigo entender.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

If she's gone I can't go on

Ter uma vida longe de você é como ter o céu tão baixo sobre mim que cada vez que tento me levantar, bato com a cabeça nele e caio sentada outra vez, como se não pudesse nunca sair do mesmo lugar. Ainda que eu consiga cerrar todas as correntes, desatar todos os nós, tirar de meus pés todos estes pesos que não me permitem movimento algum, o obstáculo de maior distância entre nós é você simplesmente não precisar mais da minha presença, da minha ajuda, do meu amor. Você já me esqueceu, e eu não vejo um jeito de fazer você lembrar de todas as vezes que ouvi você dizer que eu era tudo... Chorei feito criança, se soubesses. Escrevi um milhão de nomes teus em folhas brancas, gritei o dobro de vezes e liguei três dias seguidos; me perdoa. Me perdoa se não sei te deixar, se não consigo te ver indo embora, se não posso me desprender de um passado nem tão distante assim. Me perdoa, minha querida, se insisto sem esperanças neste tormento de não te deixar em paz.


You know I gave you the world
You had me in the palm of your hand
So, why the love went away?
I just can't seem to understand
Thought it was me and you, baby
Me and you until the end
But I guess I was wrong...

domingo, 3 de outubro de 2010

etílicamente sentimental

Quantas garrafas existem entre o que eu deveria fazer pra ser feliz e tudo que eu faço pra não ser?