sexta-feira, 10 de julho de 2009

meu coração é ridículo.

é sempre amor, mesmo que mude?
é sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou?
não é tão bonito quanto diz a arte.

não é amor... é doença
qualquer tipo de câncer que os médicos não vêem
onde termina meu sentimento e onde começa minha dependência?
onde terminam meus passos e onde tua mão começa a me puxar?
onde acaba meu limite e onde você começa a invadir?
todas as bocas do mundo... todas elas... nenhuma delas ao menos se parece com a tua
merda... merda...
que merda.

(...) amores, muitos deles, machucados ou não: minha esfera. meus amores, todos eles, meus pequenos amores, pequenos pedaços de mim soltos pelas ruas, prontos para se apaixonarem de novo depois de terem suas feridas curadas em minhas mãos. e na minha cabeça, meu amor... na minha cabeça eu só tenho você. com a fumaça encrustrada nos meus cabelos, tiro um fone de ouvido e de repente ouço joni mitchell sussurar que love can be so sweet e que i'm romanticizing some pain that's in my head. mas minha dor é real, e minha saudade também. doce, é certo, mas atroz. te espero tanto, se você soubesse... volto para casa sempre sozinha (e não estou querendo me aproveitar), encosto a cabeça no vidro do ônibus e só existe você no mundo. você que é o maior de todos dos meus amores; "... é que meu amor por você é tão grande, é que meu amor por você é imenso, é que meu amor por você é enorme demais", cantei há poucas horas atrás sentada ao balcão, mandando uma mensagem ao vento e esperando secretamente que ele a levasse à você. sei que não vai, sei de muitas coisas. sei, inclusive, de muitas coisas das quais duvido, que prefiro não acreditar. me engano muito bem, meu bem, better than you do. não sou tola, apenas uma apaixonada mentirosa. quantas pessoas compreenderiam o que digo, eu não sei... mas nunca tive tanta certeza de que você, apesar de não entender, apreciaria e me lançaria um olhar enternecido se me visse assim numa noite qualquer dessas. meus livros me ensinaram que a tristeza é também bela e que a beleza é um martírio. assim como tudo que é efêmero no mundo, as paixões passageiras me tocam às vezes. o coração abranda quando tento me distrair e consigo, o que não acontece sempre. meu maço acabou, notei, e fui comprar mais um marlboro light pensando que você poderia estar na próxima esquina, talvez. ah, meu querido, quanta angústia... e você tão longe. e madrugada adentro no escuro do meu quarto só existe você; te amo em silêncio segura de que aqui ninguém interromperá meus pensamentos tão seus. e a única coisa que sinto é você você você, você, você, você... você... você... v o c ê . . . v o c ê . . . v o c ê . . . com toda calma do mundo.
21/02/2009

cartas, meu bem? cartas?

eu cheirava teu cabelo e te abraçava por segundos que se tornaram minutos, e horas e então a eternidade... dizia como era lindo quando você fala porque a tua voz, a tua voz é tão doce que cheira à mel. você deitado e eu passava as mãos pelas tuas costas e sentia com os dedos cada um dos nózinhos da tua coluna. me enternecia ao te ver dormir e sussurava baixinho ao pé do teu ouvido te amo, te amo tanto... te amo tanto, dorme com os anjos. te apertava para sentir cada pedacinho do teu corpo e decorava tuas formas a cada toque. onde ficam cada um dos teus ossos... experimentava para que lado tua bacia se desloca melhor e te puxava para cada vez mais perto. sentia vergonha, às vezes, da tua beleza inconsciente e escondia o rosto. só havíamos nós, o silêncio, o vazio, o claro; e-u-e-v-o-c-ê... e u e v o c ê... e u e v o c ê... eu repetia com toda a calma do mundo, com todo o tempo do mundo para repetir bem devagar que a única coisa que existia era eu-e-você. e você dormia, ao meu lado, e eu passava os dedos entre teus cachos e pensava meu deus, tenho medo de quebrá-lo tenho medo de machucar tenho medo de não saber... te amo tanto. te sentia frágil a cada respirada e colocava a mão no teu peito para sentir como inflava e murchava teu pulmão, porque o sangue e a pele e os músculos são tão pequenos, porque tua imagem me parece tão frágil. me atacavam medos estúpidos - tinha medo da morte, tinha medo pelo lugar onde vive, tinha medo que te acontecesse um mal qualquer porque, meu amor, se te acontece alguma coisa eu juro que morro. que morro. e eu segurava as lágrimas antes que elas caíssem em você, porque te acordariam... e o mesmo silêncio que pairava por fora, pairava por dentro de mim: você é paz. paz, paz, paz... vida, te amo tanto. lembrava que tenho infinitas cartas que nunca te entreguei e pensava que te amo tanto que vou guardar todas elas p'ra sempre, junto ao peito, e falar falar falar sozinha todas as noites escuras, te desejando a melhor noite do mundo... porque eu te amo, te amo tanto... dorme com os anjos.
e disso, meu amor, disso eu jamais me cansaria.
29/01/2009

e agora...

(...) todas as vezes em que te abraço penso em pedir pra você voltar, pra deixar disso, pra correr logo e estancar de uma vez por todas este sangramento em meu coração que nunca cicatriza. eu ajoelharia em praça pública se soubesse que se assim o fizesse, você voltaria pra mim da mesma forma em que veio pela primeira vez. eu me humilharia perante toda sua cidade, cuspiria em cima de qualquer orgulho que possa existir em mim, eu jogaria tudo que tenho fora. todas as vezes, meu amor, penso em que te dizer que ninguém te ama mais que eu, que ninguém te ama como eu, que ninguém cuidaria de você melhor que eu, que ninguém seria capaz de te dar o que eu te daria. (...)
a diferença entre eu e tua garota, querido, não é o lugar onde moro, os cigarros que fumo, meu ceticismo religioso, os bares onde vou beber, minhas tristezas, as pessoas com quem convivo ou minha falta de meiguice: a única diferença entre nós é que ela o tem, e eu não.
mas ela não sabe, meu amor, não sabe do pânico que sinto da solidão sem você. eu suportaria qualquer tipo de solidão, assim como já o faço, porém sem você todos os silêncios de ensurdecem. é infernal, darling, pensar em viver sem você. ela não sabe como é sentir tudo o que sinto, como é não poder fazer nada por si mesma, como é estar tão longe, como é depender da vontade da vida (tão ingrata), como é te ver escorrer por entre os dedos, como é ser apaixonada como sou, como é ser eu; ela não sabe como é te ver amando outra pessoa. você nunca fugiu ou se afastou dela, e, como todos sabem, eu deveria saber também. nem quando eu cheguei ela o deixou em pensamento: a intrusa sempre fui eu. ela não sabe da minha frustração, da minha decepção, das minhas esperanças estilhaçadas, da minha sanidade frágil como uma taça fina de cristal, da minha vontade de não conhecer mais ninguém.
se é vaidade, meu bem, eu não sei, mas não vou abrir mão de você enquanto não pedir que eu o faça olhando dentro de minhas retinas. enquanto isso vou, sem esforço algum, esperando e suportando toda tortura que é ver tuas mãos enlaçadas com dedos que não são os meus.

nada mais me mata senão um tiro que só você pode me dar.





quero apagar esse post.

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