não cassoes
dos meus sambas tristes
das minhas olheiras
das minhas noites vazias de sexta-feira
das minhas mãos frias.
não te esqueças
que foi preciso mais do que alguns quilômetros
que quem me matou foi o mesmo mal que faz mal a ti
que a mim o cansaço não vence (que sou bicho teimoso, desde os astros)
que esqueci minha vida doída.
vamos,
não sejas covarde
mate logo o que anda te corroendo
só prometas que não vais lembrar
de dar uma chance a mim
que já não mereço mais.
ofereças tua boca ao mundo
e não peques mais assim, que coração nenhum é feito de metais.
vá, e não te atrevas a olhar para trás
fico aqui com minha vida
(entre encontros e despedidas)
e meus cigarros
que tu tanto odeias.
vá, e não se remoa com o que perdeu
que de lembranças vivo eu.
finalmente compreendi
saudade nenhuma resiste à perfeição,
não guardarei mágoa, e nem raiva
pelos olhos inchados
pelas noites em que não dormi
pelas horas que passei
enlouquecendo, nascendo, morrendo
pelos quilos que perdi
pelas velas que acendi em vão.
estarei em pé, como sempre estive
não te preocupes comigo
porque agora...
eu te deixo ir.
em paz.
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