o amor não é algo completo.
se bem que ainda não decidi se não o considero completo, ou se o considero ambicioso demais.
um sentimento não decidido assim não deveria entrar em corações menos decididos ainda, como o meu; sabe, isso causa uma confusão danada. de repente é isso, você está:
feliz
triste
feliz
triste
feliz
triste
e então você sente:
saudade
alegria
saudade
alegria
saudade
alegria
e aí você pensa que:
é bom
é ruim
é bom
é ruim
é bom
é ruim.
penso que quando se ama, mas quando de fato se ama mesmo, nunca se está satisfeito. o amor é um bichinho pretencioso, p'ra não dizer arrogante. sempre haverá do que sentir falta e pelo que chorar, ainda que aparentemente esteja tudo dentro do combinado, tudo nos conformes; mas de alguma forma, em algum lugar, algo te incomoda e diz que pode haver mais, e se abre um buraco dentro de você que te força a procurar mais, e não se acha. é quando se chega ao pelo que sentir falta, pelo que chorar. um impulso vem bem de dentro, de baixo, do fundo, e te empurra com força para um lugar desconhecido (lembre-se: você nunca havia saído da sua própria concha antes), e quando se dá conta você ja está chutando pombas na rua, fumando cigarros de pessoas que você acabou de conhecer, brigando com a família, pensando em casamento, juntando dinheiro para a possível fuga, pensando na hipótese do suicídio caso a pessoa te largue, e etc. e onde é que se chega? bem, a lugar nenhum. é preciso admitir que não se chega a lugar nenhum, e essa é a melhor parte. o final sempre é feliz, mesmo que ocorra o tal suicídio planejado como saída de emergência, porque não se vai a lugar nenhum. um lapso de vida passou por você, e você viveu, mais do que ja havia vivido em toda sua vida, e algumas vezes ele passa, em outras fica por bastante tempo, e em raras vezes te agarra para sempre, mas qualquer que seja a estadia deste raio vital em você, ele não te leva a lugar nenhum. e valeu a pena. todo [tipo de] amor vale a pena. gosto de comparar tal sentimento a um livro, mas um daqueles livros os quais só de ler você pensa ter conhecido metade do mundo, mas aí você tem que almoçar e se da conta de que não saiu do seu próprio quarto. talvez amor seja mesmo essa coisa de conhecer os sete céus e os sete infernos sem sair do lugar, ou ir até os nuvens com os pés no chão.
sim, talvez seja.
acredito que seja.
é.
eu amo. (porque amor, p'ra mim, é verbo instransitivo)
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