terça-feira, 30 de setembro de 2008

réquiem ao ir-remediável.

Para alguém que muito amou.

Por onde andará o doce?
Em meio a estas curvas tão fechadas que levam o amor à concretização da obra é muito fácil se perder. Deve andar vagando por aí. Ou então foi de encontro ao ponto que corrompeu tantas almas neste mundo, por trás dessa visão comum a uns poucos, que se reconhece apenas depois de ter carregado peso nos ombros o suficiente para entender o quanto doem, que cria esta estranha intimidade entre estranhos. Tenho certeza que está muito, muito além das palavras. Uma doença criada por décadas e décadas; não é mais espantoso que alguns pobres corações tenham nascido com a missão de tomar conta do mundo. Tendo sentido o doce uma única vez, é impossível deixar de procurá-lo, eu sei. O elo de transição que separa a loucura da arte foi sumindo aos poucos, não foram só os cegos que deixaram de ver.
Talvez agora já tenha conhecido o paraíso, o fogo que saia das tuas mãos - assim como o que sai do estômago dos dragões -, há muito já se apagou. Como já dissera uma vez Otto Lara Resende: "não se trata de literatura, mas de bruxaria".

E eu? Bom, eu continuarei buscando o doce por aí.

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