quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

tédio - ou s a u d a d e












és
o
que
tenho
de
suave
e
me
fazes
tão
mal

sábado, 26 de dezembro de 2009

from DearOldLove

She may love you better, but I will always love you more.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

silly love songs

Por onde andei esse tempo todo que não te encontrei antes?

domingo, 20 de dezembro de 2009

hey, menina branca...

eu prefiro deitar no teu peito acelerado quando eu sou a única coisa que faz teu coração bater mais forte.


everytime i see you falling
i get down on my knees and pray.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

corpo & mente (exaustos)

A última vez em que vi Deus, contei a ele sobre você. Pedi ajuda, se bem me lembro. Não nasci pra isso, Senhor, não nasci. Não me encaixo dentro disso: encurto meus lados, comprimo a largura, a altura, espremo minhas arestas, só mais um pouquinho; não - não caibo aqui.

O silêncio.

A única coisa que sei e em que consigo pensar é que para mim sempre vai ser como se nenhuma puta tivesse encostado as mãos no teu corpo frágil.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

a cidade vista de cima.

somos todos donos de um infinito tão delicado...
carregamos nas mãos uma grandeza que jamais conseguiremos mensurar. tão pequena quando ignorada, olhada sem atenção, tão frágil. podemos com pouca força estilhaçar com qualquer história n'um milésimo de segundo. é uma pena que não saibamos o que fazer com toda a riqueza que nos foi dada.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sobre grandes amores passageiros

... e pequenas perdições maiores ainda.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Toda literatura é uma espécie de fraude"

Mais do que por exigir o eterno do perecível, mais loucos ainda somos de acreditar que todas as tentativas de explicar o inexplicável vão nos salvar da fatal solidão a que estamos todos irremediavelmente fadados.

Acontece mais freqüentemente quando faz um calor como este que faz hoje, tenho reparado nos últimos meses. Tenho pressão baixa, dear reader, e até banho frio tomei para evitar o desmaio, mas parece não adiantar. Meus olhos saltam da cara para reparar em detalhes que (possivelmente) vejo todos os dias, mas nunca enxergo, com mais força em dias assim. Talvez as cores que ficam mais turvas com o vapor que sobe do asfalto enquanto troco pensamentos matinais por injúrias mau-humoradas, não sei. Os livros sempre dizem que não se pode separar olhos de coração, olhos de mente, e começo a acreditar que é verdade não só porque acredito cegamente em meus escritores, mas porque ando sentindo na pele. Como atravessar com tamanha violência a matéria de tudo que encosto sem que isso ocorra com o mesmo ímpeto com meus sentimentos? O ciclo seco, sweetheart, o ciclo seco. As ações involuntárias e voltadas exclusivamente para dentro, inseparáveis do que toco e enxergo. Paredes pixadas, muros e ruas imundos, pessoas enclausuradas dentro de si mesmas e tudo o mais que se vê por aí a cada hora, a cada passo; percebo que minha São Paulo e eu somos necessariamente indissociáveis, e não digo isso levando em conta minhas pequenas explosões de paixão que descubro por este lugar a cada dia, mas levando em conta todos os aspectos ruins, insuportáveis, de tudo o que me cerca: a temperatura constantemente absurda, o cheiro de mijo por qualquer canto em que boto os pés, a falta de simpatia, a pressa demasiado enlouquecedora, o caos do trânsito, a calamidade pública, a lei do atrolho que não deixa que nós, fieis e perseverantes, fiquemos em paz por um só dia sequer. Traços que venho absorvendo com o passar dos anos desde que nasci, e que não são mais tão poucos assim, compreende? Por mais que não consiga me sentir parte desta esfera, como posso pensar em viver em outro lugar com sinais tão marcantes e irreparáveis desta cidade em mim? Que outro espaço no mundo me aceitaria tão fervorosamente pau-lis-ta-na? Não me refiro ao que se pode ver, mas à essência. Ofuscante essência quieta e calada que consome minhas horas, joga sal nas feridas abertas da minha saudade, de sabor tão intragável. Existe sempre alguma coisa ausente.

Home is where heart is, eu sei. Mas acontece que tenho muitas casas... e sou uma só.

(13/01/2009)

insustentável felicidade

um dia acordei e decidi que me apaixonaria por você. fácil assim, e tão honesto quanto nunca havia sido antes - te falei sobre segredos de amor que não se deve contar nem ao travesseiro e fui sincera como apenas são os bêbados e as crianças. olhei para o lado e te vi chegar, repetindo que tinha medo que tinha medo que tinha medo, mas sorria...

é tão bom te abraçar, te ver acordando, te ver rindo, estar com você, ouvir sua voz.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

com quantos pedaços arrancados de mim se faz um coração?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

meu bem, deixa a chuva entrar

... entrar pelas janelas, portas, coração. a tempestade por vezes me machuca, mas a chuva que vem depois é calma. a tristeza encruada na carne, dissecando todas as partes do meu corpo. os olhos gostam d'água, tira o concreto da frente, a madeira, o aço, deixa só o ar, o invisível. deixa que o vento passe indiferente como ele só, ignorando meu pedido de socorro pra me lembrar mais uma vez que o mundo vai me deixar para trás, e não haverá saudade. os dias me atropelando sem parar, minha falta de vontade, os fatos se amontoando como poeira ao meu redor e eu não alcanço nada além de você... nada além do seu desespero se moldando perfeitamente ao meu corpo, fazendo curvas em mim, me abraçando, me apertando, me esmagando. eu quero largar a mão do resto do mundo, arrancar de mim todas estas cicatrizes e jogá-las no canto de uma estrada qualquer pra onde eu só vou voltar quando você se for. eu quero me trancar dentro do seu estômago à sete chaves, segura, pequenina, mas todas estas vidas bomba-relógio se estampam em mim como tatuagem e nem por piedade me deixam fugir. meu corpo falha, a madrugada é sempre fria por mais quente que esteja lá fora, não ando com saúde nem pra chorar demais - tudo roda, escurece, e já não bebo há dois dias. não, nenhum tipo de droga se instalou de forma definitiva dentro de mim, minha querida. é você (e se eu acender esse cigarro, será que caio?). preciso de um perdão que espero e mereço, porque todos os meus crimes derivam de uma única fonte: o amor urgente que sinto e com o qual não sei o que fazer. meus pecados todos têm nome e seu perfume. me livrei de alguns quilos e junto com eles foram embora todas aquelas manchas antigas que tanto te doem, sou eu mesma a morada de todas as minhas histórias. lavei minha alma, e te trouxe pra baixo da chuva junto comigo, meu amor.
eu não presto, mas eu te amo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

PRESSA

"caralho de vida adolescente fodida dependente bêbada e sem dinheiro"

domingo, 22 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Frida Kahlo, o martírio da beleza.


Há anos Frida Kahlo me persegue. Tentei fugir, não consegui. Desde os anos 70, redescoberta pelas feministas, quando fotos dela começaram a aparecer nas revistas, eu tinha medo. E me recusava a ler. Bastava aquele rosto duro, de pedra, metade asteca, metade etrusco, buço e sobrancelhas cerrados, olhar direto, arrogante. Sem saber quase nada, eu intuía qualquer coisa terrível na história de Frida. Descobri depois: era ainda mais terrível do que poderia imaginar.
Veio então um filme mexicano extraordinário, numa exibição especial qualquer, com certa atriz magnífica (não lembro o título, talvez Frida, algum cinéfilo me diga por favor). Saí do cinema aos prantos. E devorei, numa noite, uma biografia escrita por Rauda Jamis. Aterrorizado, fascinado. Ó Deus, por que a beleza pode ser tão medonha? Ou ao contrário, por que o medonho pode ser tão belo? Vieram então os quadros. As cores, as corças feridas com cabeça humana, corpos esquartejados, colunas vertebrais metálicas, as pernas amputadas, pregos na carne: a Dor. Maiúscula, maior que tudo. E sempre o rosto. Em todos os quadros, o rosto indescritível.
Em Paris, há três anos, caminhando por uma mostra de arte mexicana no Beaubourg, de repente tive uma espécie de vertigem. Que, estranho, não vinha de dentro de mim, mas emanava de um ponto na parede. Olhei: era uma explosão de cores primárias, brilhantes, exageradas. Era uma das dezenas de auto-retratos de Frida Kahlo. Amarelo, vermelho, verde, lilás. Tive febre, depois. E comprei um livro de reproduções, as livrarias de SaintGermain-des-Prés estavam cheias deles. E as de Amsterdam, as de Berlim, as de Milão e Londres e Oslo também, fui descobrindo. A imagem martirizada de Frida Kahlo estava por toda a parte, como um Cristo-mulher contemporâneo. Um Cristo artista, bissexual, bêbado, drogado, adúltero, arrancando sua transcendência do próprio sangue, com as próprias unhas. E eu cruzava a Europa de ponta a ponta ouvindo Adriana Calcanhotto cantar no walkman: “Eu ando pelo mundo/ Prestando atenção em cores/ Cores que eu não alcanço/ Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores”.
Agora leio O diário de Frida Kahlo, um livro lindíssimo da Livraria José Olympio Editora, publicado no mundo todo este ano a partir de cadernos deixados no Banco do México. Os diários, escritos com tinta colorida, entremeados de desenhos perturbadores, com símbolos esotéricos hindus, celtas, pré-colombianos, cobrem os anos de 1944-1934. Sempre deitada, coberta de panos e mantas de seda índios, cheia de jóias extravagantes, ela olhava-se ao espelho e pintava e escrevia sem parar o que conhecia melhor: a própria dor. A coluna bífida, poliomielite, uma perna esmagada e amputada, várias fraturas na coluna, 33 cirurgias durante uma vida de apenas 47 anos.
Sobre aquele rosto, diz Carlos Fuentes, que a viu apenas uma vez no Palácio das Belas-Artes da Cidade do México: “O corpo é o templo da alma. O rosto é o templo do corpo. E quando o corpo decai, a alma não tem outro santuário a não ser o rosto”. E Frida, que era poeta, diz assim, cito em espanhol, que é mais belo: “Desde que me escribiste, en aquel día tán claro y lejano, he querido explicarte que no puedo irme de los días, ni regresar a tiempo ai otro tiempo. No te he olvidado — las noches son largas y dificiles”. E diz mais, escute, é importante: “Lo que más importa es la no-ilusión. La maílana nace”.
Passo noites longas, difíceis, o sono raro, entre fragmentos febris de suores e pesadelos, assombrado por Frida Kahlo. Choro muito. Não consigo terminar o livro, não consigo parar, não consigo ir em frente. Seguro sua mão imaginária no escuro do quarto e sei que seja qual for a dimensão da minha própria dor, não será jamais maior que a dela. Por isso mesmo, eu a suportarei.
Como ela, em sua homenagem, Frida.

(Caio Fernando Abreu, em Pequenas Epifanias)


li isso há bastante tempo, mas só ontem entendi o que Caio queria dizer quando se referia desta forma quase palpável a Frida Kahlo. assim como ele, não consegui dormir. me encantei, passei a noite com olhos acesos, descobri por que tantas pessoas se apaixonam perdidamente por ela. ainda não sei o que dizer, tenho um pressentimento de que nunca vou saber, mas precisava tentar... Frida Kahlo é o terror, a beleza, a poesia, as cores, o horrível do corpo humano, o amor, o excesso, tudo que transborda, o não caber dentro si, o sentimento cortado com facas, o olhar que machuca. não conheço nem um terço de tudo o que quero conhecer no mundo, mas já conheci um bocado pra pouca idade que tenho, e jamais, jamais cheguei perto de nada assim, como ela. seguro sua mão imaginária no escuro do quarto e sei que seja qual for a dimensão da minha própria dor, não será jamais maior que a dela. por isso mesmo, eu a suportarei. com o perdão pelo roubo das palavras...
Frida Kahlo é minha mais nova fulminante paixão à primeira vista.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

samba de avião.



hoje eu acordei com saudade... sonhei com Ipanema.
esse céu cinza pesa sobre meus ombros, esta cidade não me quer, nunca me quis.
as nuvens sempre carregadas, os olhos baços,
São Paulo chora... e eu também.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

uma paixão de filtro vermelho.

ainda não consigo escrever com clareza sobre você, embora venha tentando há bastante tempo, mas não posso me livrar deste capricho tão antigo de escrever sobre tudo o que pra mim é incerto, inacabado ou inexplicável. é a primeira vez que calo durante tanto tempo. você me tirou o fôlego das finas mãos que carrego... é uma paixão dessas de filtro vermelho. eu andava por aí observando muito bem o que havia ao meu redor, tentando apontar sempre para o que fosse mais leve, esperando a sorte de um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida, desses de filtro branco, porque, você sabe, eu estive tentando parar - mas eu desisto. aliás, desisti há meses. não nasci para essas coisas sem peso, sem loucura, sem pedidos desesperados e urgentes de socorro. não me afasto mais de você nem nos meus próprios sonhos, onde eu deveria ter um espaço só meu. você me cansa, você corre na frente, você se esconde, você se defende e eu te quero tanto tanto o tempo inteiro! eu sei que já parti a tua primeira muralha, me alegra pensar que só devem faltar umas quatro. e eu te escalo, subo alto, despenco, me ergo outra vez, às vezes não caibo dentro de mim mesma. vou deixar que tome o rumo que quiser. você deve ser, neste instante, a única pessoa do mundo que pode me ferir de verdade, e você jamais faria isso conscientemente. tenho, tenho sim, tenho medo, você sabe que tenho, mas o medo não me bloqueia, o medo não me trava. vou deixar que sua vida passe por mim sem que eu precise prendê-la. meu bem, a tua liberdade é linda. o vendo jogando teu cabelo pro lado é tão azul que eu chego a flutuar quando a vejo assim, jogada, dormindo em qualquer canto pela rua. eu queria te dar a lua dentro de uma caixinha de papelão. eu queria te dar toda a noite também, todas as noites, tudo o que for escuro e onde você possa se esconder. tua fragilidade me enternece e por isso você é pra mim a pessoa mais forte que conheço. não existe volta para quem escolheu o esquerdo, e de repente percebi que mal consigo cuidar de mim mesma, quem dirá de nós duas...
foi então que decidi cuidar só de você.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

a vida é agora, aprende.

engraçado como às vezes a vida da gente parece frágil. um sopro, e de repente estamos vivos num passe de mágica. e justamente por isso essa idéia de que ela pode acabar da mesma forma que começou.

meu amor, a vida passa num segundo
e um segundo é muito pouco pra sonhar...

domingo, 1 de novembro de 2009

morangos por aí...

em pé dentro do ônibus lotado, vou da moóca até a praça da sé pensando, n'um devaneio passageiro, em quantas oportunidades de sangue correndo pelas veias perdi. sinto os fios de cabelo grudando na nuca e o suor molhando a parte de dentro da manga da minha blusa. uma cidade grande demais para distâncias grandes demais em um mundo grande demais; e eu com minhas pulsões de vida no meio tão descontrolado de todas essas avenidas. são paulo. são. paulo. são. paulo. são. paulo. pulsando no meu peito quente e abafado como impulsos de uma espera que não me cabe mais.
auto destruição não é um desejo de morte, mas de ar inflando o corpo. quem se joga de cima de um prédio não quer o fim, quer um novo começo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

acorda!

vem ver o sol...

domingo, 25 de outubro de 2009

domingo, 15 de junho de 2008

te lembras que certa vez conversamos sobre suicídio ou amor, e eu havia lhe dito que são quase a mesma coisa?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

disperso.

acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei...
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos.

(ana cristina césar)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

muito drama pra pouca merda.

As pessoas, em geral, quando estão felizes, vivendo e esse monte de coisa chata, somem. Somem da vida dos amigos, somem da internet, somem de casa, somem de tudo. Se bem que isso é uma questão de ponto de vista, porque se elas somem de um lado, elas aparecem bastante de outro. Mas eu, como mera mortal, nunca tenho a sorte de ter ninguém aparecendo muito pra mim; tô sempre com os sumiços, mesmo.
Eu acho isso uma baboseira tremenda. Sabe, felicidade é uma coisa que dá e passa. Ninguém muda o rumo da vida quando tá triste, vai mudar quando tá feliz pra quê? Grande bosta estar feliz. Não que eu esteja desdenhando da felicidade ou da sorte dos outros, até porque eu também estou muito feliz obrigada, mas convenhamos: nada muda de lugar sozinho. Tua conta bancária não aumentou e tua família não fala menos mal de você só porque você arrumou um novo parceiro de foda. Realiza. A felicidade só te deixa com mais vontade de tentar melhorar as coisas, o que é muito bom. É o que tá acontecendo comigo neste momento.
Eu desistir de estudar, passei em História, ganhei manhãs lindas de tv globinho e dragon ball Z, estou quase trocando de emprego, arrumei uma namorada e estou para a minha família na mesma proporção que o meu pai está para a Nota Fiscal Paulista - "do governo, não quero saber nem de benefício!", ele sempre diz. Bom, se eu for expulsa de casa, vai ser mais uma novidade pra contar. É por isso que não entendo muito bem quem some quando está feliz. Eu tenho tanta coisa pra dizer quando estou feliz! Tudo bem que é bem menos do que eu tenho para lamuriar quando estou triste, mas também não é caso de ficar calado. Eu adoro essa coisa de fazer muito drama pra pouca merda, é tão legal. Impulsiona tanto.
Eu tava afim de digitar bastante hoje, mas esse texto perdeu o sentido. Nada a ver isso tudo. Que merda. Vou cortar meu cabelo.

domingo, 18 de outubro de 2009

...

como você pode significar tanto pra mim e tão pouco pra si mesma?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

felicidade é um revólver quente.

Fugi da loucura, o amor me ensinou a ser a paz. Dela p'ra mim, caminho inverso, de dentro para fora. Do que existe, só o que for mais puro. Um momento no meio do nada, perdido no tempo, talvez. Assim... tão natural quanto florescer vermelha em um campo verde.


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

o último brinde.

bebo à casa arruinada
às dores de minha vida,
à solidão lado a lado
e a ti também eu bebo -
aos lábios que me mentiram,
ao frio mortal dos olhos,
ao mundo rude e brutal
e a Deus que não nos salvou

(anna akhmátova)


ciclos, desenhos, sono, vazio, cheio demais, natural, engarrafamento sentimental, são paulo, frio, chuva, rua augusta, madrugada, insônia, café café café, desespero, solidão, bar, feliz, raiva, ciúme, fim - começo, neon azul, decisão, sonho, vadiagem, saudade, dor, ressaca, marlboros lights em peso, tentativas, festa, metrô, paranóia, anel, tristeza, falta de sentido, praça solitária, fotos, cerveja barata, bonecas, transferência afetiva, telefone, longe demais - perto demais - quase dentro, couro, calor, ipês roxos, feira, beatles, estupidez e mais uma série de coisas sem nome, sem definição, flutuando, flutuando, flutuando...

não importa que eu não pense antes de fazer nada - eu até poderia, mas mesmo pensando uma, duas, três vezes: eu faço do mesmo jeito.

________________________________________

anos incontáveis de tristeza
nos olhos que queimavam minha pele
e ardiam como o cigarro cuja fumaça
os fazia avermelharem-se

coração fundo pulsando na palma de uma mão
que se estende a um íntimo estranho
pedindo delicadamente ajuda - silêncio
"while my guitar gently weeps", ela diz
baixo como um sussurro

pequena vida que com um sopro
sucumbiu p'ra dentro do breu
condenada às estrelas
por um crime tão inocente quanto chorar enquando ninguém mais vê

correndo pelos trilhos de um trem
na próxima curva, talvez
cacos de alegria
migalhas - pó
eu e você

enquanto eu grito lábios adentro
engolindo minha própria frustração
por favor,
não
me
deixe

terça-feira, 6 de outubro de 2009

maybe i'm just too young.

o que a gente faz quando não sabe em que pensar?
por falta de opção, escolhi não pensar em nada. eu acho que sempre tive essa resposta na ponta da língua, mas o amor na prática é sempre ao contrário... todo mundo sabe. é sempre novo toda vez que acontece. eu pensei que dessa vez fosse ser diferente, sei lá, você parece diferente. eu descobri que sou mais inteligente quando estou triste - desde que alguma coisa aconteceu entre nós eu parei de ler os dois livros que eu estava lendo, mal vou ao cursinho, fico o tempo todo vento fotos tuas quando estou na internet e quando converso com alguém faço questão de contar sobre você. eu queria consertar algumas coisas por aqui antes disso, mas joguei tudo pro alto. eu deveria parar um pouco mais em casa, dar atenção a algumas pessoas, quase não durmo mais uma noite inteira e nem lembro quando foi a última vez que trouxe um prato de comida pro quarto e não joguei no lixo do banheiro, mas você atropelou tudo isso. eu estou sentindo tanta coisa junto que nem tento mais separar uma da outra na hora de explicar o que está havendo comigo; entre tudo isso, sentimentos os quais eu odeio, como medo e ciúme. eu me sinto mais patética quando sinto ciúme do que quando me apaixono, sabe, e eu nunca fui de ter medo de me jogar nessas coisas... espero que isso seja só o começo, que tudo isso passe, que eu não pense mais em coisas assim quando se tratar de você. é quase como aquela velha história de então eu te conheci e pensei que você pudesse ser tudo o que eu preciso e que você pudesse me ajudar e que você pudesse me completar e que eu você pudesse me dar um abraço e que você pudesse fazer um bom sexo comigo e que você pudesse me amar como eu sou e que você pudesse casar comigo e que nós pudéssemos passar o resto da vida juntas, mas acontece que eu sei o quanto você é tão filha da puta quanto eu. e é um alívio, acredite. o que eu mais temo é que você ache insuportável ficar com alguém que se parece tanto contigo. você não é do tipo egocêntrica e nem do tipo que gosta muito de se olhar no espelho, but we just have to wait and see. como sempre. você tem suas dúvidas sobre se eu já o esqueci, eu tenho minhas dúvidas sobre se você já a esqueceu, nós temos nossas dúvidas sobre o que fazer a partir de agora, coisas assim. eu minto, você mente, fumamos três maços de cigarro na mesma madrugada e depois nós entramos no pior motel da cidade, que mal há? você fica confusa, eu penso em pular do prédio mais alto do mundo, eu fico feliz, você sorri ao telefone.
ah, que aperto no meu coração pensar em te perder...
mesmo que nada que eu escrevi aqui faça sentido. eu preciso descansar.


domingo, 20 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

um pouco quixotesco demais.

teus dragões são moinhos de vento, homem.

domingo, 6 de setembro de 2009

making love out of nothing at all.

i know just how to whisper,
and i know just how to cry;
i know just where to find the answers;
and i know just how to lie.
i know just how to fake it,
and i know just how to scheme;
i know just when to face the truth,
and then i know just when to dream.
and i know just where to touch you,
and i know just what to prove;
i know when to pull you closer,
and i know when to let you loose.
and i know the night is fading,
and i know that time's gonna fly;
and i'm never gonna tell you everything
i've got to tell you,
but i know i've got to give it a try.
and i know the roads to riches,
and i know the ways to fame;
i know all the rules
and then i know how to break 'em
and i always know the name of the game.

but i don't know how to leave you.

domingo, 30 de agosto de 2009

...

Não olhe para mim com estes olhos de culpa de quem nada pode fazer pela minha dor. Entenda, meu querido, ser você o motivo pelo qual eu choro hoje não te faz senhor das minhas lágrimas. Sabe que não consigo agir com rudeza contigo, mas, ouça bem, o que sinto por você é um problema meu. E de mais ninguém. Não encho de dedos uma só mão com quantas pessoas ouvem meus lamentos, aprendi a sorrir enquanto sangro e a passar aos outros a calma que não tenho. Me envergonho de ser gente quando sou obrigada a admitir que nós, seres humanos, só aprendemos quando não há mais o que se fazer; foi só quando me vi de mãos atadas ao pescoço que me dei conta de que mais nada estava ao meu alcance.
Os pintores, meu bem, passam a vida inteira tentando encontrar o tema certo. Seu próprio tema, pessoal e intransferível, seu objeto de paixão, o que inspira. Diz-se que os que encontram enlouquecem, pintam oitenta vezes a mesma coisa, viram escravos do ardor, nunca mais se libertam do que tanto procuraram. É o que os move, o que os alimenta, o que faz nascer sua arte; uma outra vida entre o cheiro de terebintina e o chão sujo de tinta. Eu, meu amor, mal sei segurar um pincel e não sou, definitivamente, uma artistas das telas – e por ser uma mera mortal, não sei o que fazer com este tema que encontrei e que é fardo pesado demais para estas minhas mãos que jamais reproduziriam um traço sequer: você.
Por que, meu Deus, foi cair esta cruz logo sobre meus ombros? Se eu soubesse pintar, meu bem, com certeza pintaria sua mão centenas de vezes. Viveria cercada das telas que haveria feito das duas mãos mais bonitas que já tive o prazer de ver. Pintaria seus cabelos, seus pequeninos cachos, os fiozinhos avulsos e espiralados que caíam sobre sua testa... Pintaria seus olhos, traduziria em cor toda a calma, toda a leveza... Pintaria seus ossos tão sutis, tão bem definidos, tão confortáveis... Pintaria a cor da sua pele com alguns tons de sol misturados à café... Pintaria suas curvas... Pintaria com riscos firmes os traços tão fortes do seu rosto, com corres gritantes e melancólicas, porque nem sempre a reprodução tem a obrigação de ser fiel à realidade. Faria como quisesse, seria o criador e a tua imagem minha criatura, usaria as cores que bem entendesse, a escala que bem entendesse, o formato que bem entendesse.
É uma pena que não tenha nascido dotada de tal bênção. A única coisa que me cabe tentar são as palavras, e nem com elas consigo chegar perto de você. Elas sempre me fogem quando tento contar ao papel sobre meu sentimento. Só minha garganta tem esboçado qualquer reação sobre você ultimamente, não sei mais como amansar este nó que me restou, este engasgamento, essa angústia querendo saltar pela minha boca. Meu amor, não é mais tristeza o que sinto, é frustração. Um sentimento de derrota que não suporto mais. Quantas vezes ainda vamos começar do zero? Quantas vezes ainda vou te perder para sempre? É a primeira vez que te vejo toda vez em que te vejo. Não sei onde termina meu amor e onde começa minha obsessão. Sei quando é loucura e quando não o é, e das poucas certezas que tenho, a primeira delas é que inventar nosso encontro não foi mera insensatez.
Quando você se for, meu bem, quando você se for de verdade, quando você crescer, quando você escolher uma estrada na qual eu não estou, isto tudo parecerá uma quimera. O que vivo terá cheiro de sonho, de realidade paralela. O que levarei de real e palpável destes tempos tão ingratos quando o futuro finalmente chegar? Quando você se for, meu amor, o hoje será um buraco, uma mancha negra sem cor, sem vida. Quando você se for, até as lembranças morrerão. Um filme, uma música, um livro, uma novela... Você, o personagem principal no enredo em que eu vou figurar. Um anjo, demônio, qualquer criatura que me aproximou de Deus ou do Diabo. Você vai ser somente o que não chegamos a ser. Tudo o que sou hoje.
Me divirto ao me lembrar das brincadeiras que não fizemos, gosto da lembrança do cheiro dos abraços que não nos demos... me alimento do gosto bom que tenho dos beijos que não te dei.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

outra vez.

você foi
toda a felicidade,
você foi a maldade
que só me fez bem...
você foi
o melhor dos meus planos
e o pior dos enganos
que eu pude fazer...

das lembranças
que eu trago na vida,
você é a saudade
que eu gosto de ter!

só assim
sinto você bem perto de mim
outra vez...

(roberto carlos)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

pela noite.

caio f.

Imitou a voz melosa: Ôi-tudo-bem-e-aí-tô-ligando-pra-saber-se-você-vai-fazer-alguma-coisa-hoje-à-noite. Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa toda noite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar suicídio com uma-dose-excessiva-de-barbitúricos, uma navalha, ou um bom bujão de gás ou algo assim. Se você quiser me salvar, esteja a gosto, coração. God! Um dia acabo mesmo dizendo, PORRA.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

I'm still young and foolish, my heart can break a hundred more times before I'll get cold and evil, and it wouldn't be so bad if all those heartbreaks were with you.

domingo, 16 de agosto de 2009

demais.

todos acham que eu falo demais
e que eu ando bebendo demais...
que essa vida agitada
não serve pra nada,
andar por aí
bar em bar, bar em bar

dizem até que ando rindo demais
e que conto anedotas demais,
que não largo o cigarro (...)

o que ninguém sabe é que isso acontece porque
vou passar minha vida esquecendo você...
e a razão por que vivo esses dias banais
é porque ando triste, ando triste demais...

e é por isso que eu falo demais,
é por isso que eu bebo demais
e a razão porque vivo essa vida agitada demais
é porque meu amor por você é imenso
o meu amor por você é tão grande...
é porque meu amor por você... é enorme
demais.

(tom jobim)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

máquina de pinball.

pára tudo e me dá um beijo, esquece tudo. auto-sabotagem. dessa vez era sério e o pânico de ter jogado tudo fora, bitucas de cigarro apagadas e amassadas e despejadas no lixo, tomou conta de mim de tal forma que só conseguia respirar curtinho e pensar que merda, que merda, pra quê? porque sim. porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros. fazer as coisas como elas têm que ser uma vez, pela primeira vez, sem manchas. (...)
pára. pára tudo.
pára de cagar regra sobre como devo fazer o que faço. pára!
não me julga. não me olha com pena nem desprezo. (...) esquece, desce daí, te vejo aqui do meu lado, não quero saber de você é foda e lindo e se vai me dar mais uma chance. se não der, não vai ser apenas problema meu, não é só virar as costas como quem desiste do restaurante porque é caro ou demorado ou porque o garçon botou o dedo no nariz. somos dois. a merda foi minha, admito, me ajoelho, não consigo nem chorar porque seria ridículo e exagerado fazer isso na sua frente. mas conto. digo que chorei, e chorei mesmo, choro doído, travado. com pessoas de voz aguda que me olham de cima a baixo na casa escura e enorme e gelada e cheia de morangos e comidas e pessoas e longe de você.
longe nada. longe é agora, longe é quando você ignora minha tentativa de redenção. fui pra te ver. vou de novo, desisto de tudo, talvez me arrependa mas desistiria de tudo, trabalho, braço, perna, mão. eu quero você. mas não tenho. (...)

sou mesmo uma idiota, adolescente descontrolada que fez a maior merda, a coisa mais errada, escolhida inconscientemente a dedo para tornar tudo mais difícil e irreversível e dolorido, porque o drama me move, me mexe, me empurra pra frente ou pro lado ou pra cima ou pra onde quer que eu tenha que ir.

- clarah

soon.

- vou me apaixonar por ele, e o primeiro passo pra isso acontecer é eu fingir que não.
- demorei tempo demais pra descobrir que essa é a coisa mais óbvia do mundo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

opener.

Pega fogo na floresta
E o caminho é perigoso
Pegou no canivete
E lavou com água do rio
E ela disse:
- Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa

- Ele é tão contemporâneo
Ela é tão expressionista.

Corri pro esconderijo
E olhei pela janela...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

pra você guardei o amor.




pra você guardei o amor

que nunca soube dar,
o amor que tive e vi sem me deixar
sentir sem conseguir provar,
sem entregar
e repartir.

pra você guardei o amor
que sempre quis mostrar,
o amor que vive em mim vem visitar,
sorrir, vem colorir solar,
vem esquentar
e permitir...

quem acolher o que ele tem e traz;
quem entender o que ele diz
no giz do gesto o jeito pronto
do piscar dos cílios
que o convite do silêncio
exibe em cada olhar.

guardei
sem ter porque,
nem por razão,
ou coisa outra qualquer
além de não saber como fazer
pra ter um jeito meu de me mostrar...

achei
vendo em você
e explicação
nenhuma isso requer...
se o coração bater forte e arder
no fogo o gelo vai queimar (...)

domingo, 26 de julho de 2009

I choose you.

Tenho pensado demais em coisas demasiado desinteressantes como viver, ser feliz e todas essas coisas às quais somos obrigados a dedicar certo tempo. Viver é muito pouco, meu bem, muito pequeno; eu quero explodir em erros e sentimentos de qualquer natureza, se é que me entendes. Sentir que estou viva supera de uma forma encantadora meu sentimento por estar simplesmente vivendo. Esse papo de prometer ao céu que se voltasses eu “tomaria jeito” me deu no saco! Descobri, meu querido, que você talvez seja a última pessoa com quem eu me casaria, teria filhos e todas essas baboseiras. Os livros de astrologia andam dizendo por aí que meu signo combina com o teu, meus amigos costumavam dizer que nós éramos bonitinhos juntos e até minha família pergunta até hoje por ti. Você me ensinou a não dar a mínima pro mundo. De nada me adiantou o universo todo parece conspirar por nós e você, de certa forma, me virar as costas. Eu te amo demais para construir contigo uma vida como a de todas as outras pessoas... Eu escolhi você. Eu te escolhi, mas não foi pra viver. Foi pra uma outra coisa.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

silêncio.

tenho calado demais ultimamente...
e nunca tive tanto a dizer.

terça-feira, 21 de julho de 2009

i'll be there

if you should ever find someone new
i know she'd better be good to you...

'cause if she doesn't... i'll be there.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

o excesso de falta.

o mundo todo que não tem você é ainda mais você. e assim me relaciono. com o risco de giz branco em torno do corpo que já foi levado do chão. sempre me apaixono depois que acaba a paixão. sempre namoro quando acaba o namoro. só assim sei amar. e então te carrego no peito e em tudo, ao ir sozinha ou mal acompanhada ao cinema. e então janto com você e como bem e até bebo. e passamos sem perceber uma vida inteira. só porque agora você se foi, é que sinto que você chegou de verdade. e assim namoramos tão bem e sou tão agradável. e é com você que vou até a esquina e o fim do mundo, porque posso tudo agora. agora que não posso nada. daqui vejo milhares de pessoas e boas intenções e motivos pra ser feliz. mas onde eu estou? adivinhe? estou em casa, sozinha, como se não houvesse nada. como se tudo isso fosse cruel justamente por ser bom. o bom acaba. mas isso aqui, o refúgio da ansiedade e da alegria, essas duas coisas do demônio, isso aqui é verdadeiro e é daqui que estou, na verdade, no meio de todas essas pessoas boas e os motivos pra ser feliz. é só daqui. então, quero ir embora. (...)

é de onde não se pode estar que tenho saudades.
é para o lugar do qual fugi que vou quando corro. é no lugar insuportável que fico quando descanso de algo que não aguentei. é na falta que vivo. o tempo todo sendo a mulher pra você que nem você quer. o tempo todo sendo a mulher que você não vê mais e só por isso, agora, te vejo o tempo todo. é te amando tão infinitamente que me liberto de gostar pelo menos um pouco de você. (...)

você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo. (...)
você não está e me olha como nunca. você merecia ser amado assim, do jeito que acaba pra começar. uma covardia só pra quem aguenta firme. sempre no oco me preencho tanto que explodo. é no nada que está tudo aqui. e quando me perguntam de onde vem essa pressa, esse desespero, essa corrida, o sopro no coração, essa ânsia, a força, essa agressividade. de onde vem? eu digo que vem de uma preguiça enorme.

terça-feira, 14 de julho de 2009

marcamos um desencontro e sua ausência está confirmada.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

meu coração é ridículo.

é sempre amor, mesmo que mude?
é sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou?
não é tão bonito quanto diz a arte.

não é amor... é doença
qualquer tipo de câncer que os médicos não vêem
onde termina meu sentimento e onde começa minha dependência?
onde terminam meus passos e onde tua mão começa a me puxar?
onde acaba meu limite e onde você começa a invadir?
todas as bocas do mundo... todas elas... nenhuma delas ao menos se parece com a tua
merda... merda...
que merda.

(...) amores, muitos deles, machucados ou não: minha esfera. meus amores, todos eles, meus pequenos amores, pequenos pedaços de mim soltos pelas ruas, prontos para se apaixonarem de novo depois de terem suas feridas curadas em minhas mãos. e na minha cabeça, meu amor... na minha cabeça eu só tenho você. com a fumaça encrustrada nos meus cabelos, tiro um fone de ouvido e de repente ouço joni mitchell sussurar que love can be so sweet e que i'm romanticizing some pain that's in my head. mas minha dor é real, e minha saudade também. doce, é certo, mas atroz. te espero tanto, se você soubesse... volto para casa sempre sozinha (e não estou querendo me aproveitar), encosto a cabeça no vidro do ônibus e só existe você no mundo. você que é o maior de todos dos meus amores; "... é que meu amor por você é tão grande, é que meu amor por você é imenso, é que meu amor por você é enorme demais", cantei há poucas horas atrás sentada ao balcão, mandando uma mensagem ao vento e esperando secretamente que ele a levasse à você. sei que não vai, sei de muitas coisas. sei, inclusive, de muitas coisas das quais duvido, que prefiro não acreditar. me engano muito bem, meu bem, better than you do. não sou tola, apenas uma apaixonada mentirosa. quantas pessoas compreenderiam o que digo, eu não sei... mas nunca tive tanta certeza de que você, apesar de não entender, apreciaria e me lançaria um olhar enternecido se me visse assim numa noite qualquer dessas. meus livros me ensinaram que a tristeza é também bela e que a beleza é um martírio. assim como tudo que é efêmero no mundo, as paixões passageiras me tocam às vezes. o coração abranda quando tento me distrair e consigo, o que não acontece sempre. meu maço acabou, notei, e fui comprar mais um marlboro light pensando que você poderia estar na próxima esquina, talvez. ah, meu querido, quanta angústia... e você tão longe. e madrugada adentro no escuro do meu quarto só existe você; te amo em silêncio segura de que aqui ninguém interromperá meus pensamentos tão seus. e a única coisa que sinto é você você você, você, você, você... você... você... v o c ê . . . v o c ê . . . v o c ê . . . com toda calma do mundo.
21/02/2009

cartas, meu bem? cartas?

eu cheirava teu cabelo e te abraçava por segundos que se tornaram minutos, e horas e então a eternidade... dizia como era lindo quando você fala porque a tua voz, a tua voz é tão doce que cheira à mel. você deitado e eu passava as mãos pelas tuas costas e sentia com os dedos cada um dos nózinhos da tua coluna. me enternecia ao te ver dormir e sussurava baixinho ao pé do teu ouvido te amo, te amo tanto... te amo tanto, dorme com os anjos. te apertava para sentir cada pedacinho do teu corpo e decorava tuas formas a cada toque. onde ficam cada um dos teus ossos... experimentava para que lado tua bacia se desloca melhor e te puxava para cada vez mais perto. sentia vergonha, às vezes, da tua beleza inconsciente e escondia o rosto. só havíamos nós, o silêncio, o vazio, o claro; e-u-e-v-o-c-ê... e u e v o c ê... e u e v o c ê... eu repetia com toda a calma do mundo, com todo o tempo do mundo para repetir bem devagar que a única coisa que existia era eu-e-você. e você dormia, ao meu lado, e eu passava os dedos entre teus cachos e pensava meu deus, tenho medo de quebrá-lo tenho medo de machucar tenho medo de não saber... te amo tanto. te sentia frágil a cada respirada e colocava a mão no teu peito para sentir como inflava e murchava teu pulmão, porque o sangue e a pele e os músculos são tão pequenos, porque tua imagem me parece tão frágil. me atacavam medos estúpidos - tinha medo da morte, tinha medo pelo lugar onde vive, tinha medo que te acontecesse um mal qualquer porque, meu amor, se te acontece alguma coisa eu juro que morro. que morro. e eu segurava as lágrimas antes que elas caíssem em você, porque te acordariam... e o mesmo silêncio que pairava por fora, pairava por dentro de mim: você é paz. paz, paz, paz... vida, te amo tanto. lembrava que tenho infinitas cartas que nunca te entreguei e pensava que te amo tanto que vou guardar todas elas p'ra sempre, junto ao peito, e falar falar falar sozinha todas as noites escuras, te desejando a melhor noite do mundo... porque eu te amo, te amo tanto... dorme com os anjos.
e disso, meu amor, disso eu jamais me cansaria.
29/01/2009

e agora...

(...) todas as vezes em que te abraço penso em pedir pra você voltar, pra deixar disso, pra correr logo e estancar de uma vez por todas este sangramento em meu coração que nunca cicatriza. eu ajoelharia em praça pública se soubesse que se assim o fizesse, você voltaria pra mim da mesma forma em que veio pela primeira vez. eu me humilharia perante toda sua cidade, cuspiria em cima de qualquer orgulho que possa existir em mim, eu jogaria tudo que tenho fora. todas as vezes, meu amor, penso em que te dizer que ninguém te ama mais que eu, que ninguém te ama como eu, que ninguém cuidaria de você melhor que eu, que ninguém seria capaz de te dar o que eu te daria. (...)
a diferença entre eu e tua garota, querido, não é o lugar onde moro, os cigarros que fumo, meu ceticismo religioso, os bares onde vou beber, minhas tristezas, as pessoas com quem convivo ou minha falta de meiguice: a única diferença entre nós é que ela o tem, e eu não.
mas ela não sabe, meu amor, não sabe do pânico que sinto da solidão sem você. eu suportaria qualquer tipo de solidão, assim como já o faço, porém sem você todos os silêncios de ensurdecem. é infernal, darling, pensar em viver sem você. ela não sabe como é sentir tudo o que sinto, como é não poder fazer nada por si mesma, como é estar tão longe, como é depender da vontade da vida (tão ingrata), como é te ver escorrer por entre os dedos, como é ser apaixonada como sou, como é ser eu; ela não sabe como é te ver amando outra pessoa. você nunca fugiu ou se afastou dela, e, como todos sabem, eu deveria saber também. nem quando eu cheguei ela o deixou em pensamento: a intrusa sempre fui eu. ela não sabe da minha frustração, da minha decepção, das minhas esperanças estilhaçadas, da minha sanidade frágil como uma taça fina de cristal, da minha vontade de não conhecer mais ninguém.
se é vaidade, meu bem, eu não sei, mas não vou abrir mão de você enquanto não pedir que eu o faça olhando dentro de minhas retinas. enquanto isso vou, sem esforço algum, esperando e suportando toda tortura que é ver tuas mãos enlaçadas com dedos que não são os meus.

nada mais me mata senão um tiro que só você pode me dar.





quero apagar esse post.

terça-feira, 7 de julho de 2009

- o que é que você está fazendo que ficou tão calada?
- eu estou amando você.

sábado, 4 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

separate lives.

you have no right
to ask me how i feel

you have no right
to speak to me so kind.

domingo, 28 de junho de 2009

sobre caixas e solidão.

Não nasci pra isso, Senhor, não nasci. Não me encaixo dentro disso: encurto meus lados, comprimo a largura, a altura, espremo minhas arestas, só mais um pouquinho; não - não caibo aqui. Perdi, admito, me tira disso, anda logo, por favor, não demore que ando esperando por isso há tempo demais. Não preciso usar um relógio e nem ter às mãos um calendário para saber que o tempo anda rasgando finas divisões de papel delicado, e vem chegando cada vez mais perto, cada vez mais perto. Minhas intuições nem sempre corretas, teu Destino, cartas datadas de épocas que já não parecem me pertencer. Teu signo melindroso, manias chatas, um milhão de defeito que notei desde o princípio e que, principalmente, amo e perdôo. Não são mais só tuas essas coisas, agora são caprichos meus que tomei para preencher o vazio que me cercava. Se não tivesse arrumado sobre o que falar, teria enlouquecido. Se não tivesse arrumado com o que exercitar a mente, teria morrido, definhado; de fome, de ócio, de frio.

De solidão.

A última vez em que vi Deus, contei a ele sobre você. Pedi ajuda, se bem me lembro, ajuda para sair dessa areia movediça que você me deu de presente cedo demais, ajuda pra não afundar de uma vez, pra não - te/me - ferir. A ternura demasiado grande que mostrei, te lembra? Te entreguei como um prêmio em uma caixa amarela e azul fechada com cadarço velho de tênis e uma folha de caderno tímida, dobrada por quatro vezes, pequenina.

"O que tenho é medo de reconhecer que sofri como uma danada em vão."
Era o que dizia o papel.

Me recordo de te ouvir falar que a primeira coisa que tinha notado em mim era o modo como you can break my spine but it won’t change the way I feel, e eu lhe respondi que sim, simplesmente, que você poderia mesmo quebrar cada pedaço do meu corpo sem que isso modificasse de qualquer maneira o que sinto. O que eu não sabia era da vontade de pagar para ver que isso provocaria; erro seu, tenebroso erro seu. Porque você, meu amor, quebrou não só minha espinha mas também meu coração. Sou eu quem fala, não meu sentimento.
Eu enganei da forma mais egoísta possível a todos a minha volta quando inventei que queria te esquecer, e, o pior: quando jurei que estava conseguindo, quando achei que poderia mudar o irremediável. Mentira, mentira. Mais uma. Menti seriamente, feri sentimentos inocentes, fiz mal, fui cruel. Não, não, nada disso existe. O silêncio. Eles não sabem a bomba-relógio que sou.

A única pessoa do mundo que pode acreditar cegamente em mim é você.
(...)

Eu estava andando em círculos pela casa, colocando a culpa das desgraças da minha vida na infiltração do teto, na má instalação elétrica, na falta de mistura na geladeira quando, para o meu desespero, recebi das mãos do carteiro que conheço há tantos anos uma encomenda com teu perfume dentro. Deus, não imagina o susto que tive ao sentir de repente teu cheiro impregnando todos os móveis e cômodos ao meu redor; a tua presença me prensando contra as paredes do meu próprio quarto. Teu cheiro teu cheiro teu cheiro, desorganizando, tirando tudo do lugar. Uma caixa amarela como a que eu havia te entregado, lacrada, guardando teu perfume e uma carta em folha amarelada.

Com amor.
Eram as últimas palavras da carta.
(...)

Queria tanto ser tua mãe; te alimentar, te aconchegar nos braços, lavar teu cabelo, te colocar pra dormir...



fragmentos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

esquadros.



eu ando pelo mundo
divertindo gente
chorando ao telefone
e vendo doer a fome
nos meninos que têm fome
(...)
transito entre dois lados
de um lado
eu gosto de opostos
exponho o meu modo
me mostro,
eu canto para quem?
(...)
eu ando pelo mundo
e meus amigos, cadê?
minha alegria, meu cansaço
meu amor, cadê você?
eu acordei
não tem ninguém ao lado...

extremos da paixão.

- ele disse que não sabe o que faz se eu for até lá.
- e você vai?
- vou.
- nervoso assim, qualquer um pode fazer besteira. e se ele te bate?!
- se ele fizesse isso... se ele me bater, quem sabe a raiva dele não passa e ele volta pra mim...?

não foi comigo. a este diálogo e ao resto dele eu só assisti. bem, ela foi... e eu desejei boa sorte.

(...) andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. o que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. só que dói mais. quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a) - mas a morte é inevitável, portanto normal. quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. e dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo(a). mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.
pensando nisso, pensei um pouco depois em boy george: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer-drogado. lembrei de john hincley jr., apaixonado por jodie foster, e que escreveu a ela, em 1981: "se você não me amar, eu matarei o presidente". e deu um tiro em ronald regan. a frase de hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. a atitude de boy george - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. penso em werther, de goethe. e acho lindo.
no século XX não se ama. ninguém quer ninguém. amar é out, é babaca, é careta. embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. mentira: compreendo sim. mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. o que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. e exigimos o terno do perecível, loucos.
(...) andei pensando em adèle h., em boy george e em john hincley jr. andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. num bar qualquer, numa esquina da vida.
ai que dor: que dor sentida e portuguesa de fernando pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. pois como já dizia drummond, "o amor car(o,a) colega, esse não consola nunca de núncaras". e apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.
- caio fernando abreu

foi o que me veio à mente. e roubo de caio cada palavra, cada letra, cada vírgula.

sábado, 20 de junho de 2009

remember when we were such fools,
and so convinced and just too cool?

my darling... who knew?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

eu queria ter uma bomba.

solidão a dois de dia

faz calor, depois faz frio

você diz "já foi..."

e eu concordo contigo

você sai de perto,

eu penso em suicídio

(...) você sempre volta

com as mesmas notícias

eu queria ter uma bomba

um flit paralisante qualquer

pra poder me livrar do prático efeito

das tuas frases feitas

eu queria ter uma bomba

um flit paralisante qualquer

pra te negar bem no último instante

meu mundo que você não vê

meu sonho que você não crê...

sábado, 13 de junho de 2009

por causa de voxê, menino

pois voxê passa e não me olha
mas eu olho pra voxê...

voxê não me diz nada
mas eu digo pra voxê...

- ben

terça-feira, 9 de junho de 2009

sobre uma coisa qualquer que adormeceu.

me perdoa se algum dia te toquei com estas minhas mãos sujas de fumaça.


you're my sweetest downfall... but you loved me first.

domingo, 7 de junho de 2009

sobre a passagem das horas.

ultimamente, só tenho chorado quando estou sozinha. sorrido também. ando com os olhos travados, de pedra como os teus. dia desses não consegui libertar uma lágrima sequer nem mesmo ao ver uma amiga aos prantos, desesperada por um amor perdido, ferida que conheço tão bem. um egoísmo me tocou, o que creio ter vindo de você; não tenho me importado muito com sentimentos que não são meus, coisa que não gosto.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

você já sentiu como se seu coração estivesse na palma da mão... de outra pessoa?

- doug funnie

sexta-feira, 29 de maio de 2009

nem tão anônimo assim.


tenho pensado tanto em você. brotam espaços azuis quando penso. no meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. e deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. você toca minha mão, eu toco na sua.
(...) sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezenquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. clack! como se fosse verdade, um beijo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

estrada nova.

eu conheço o medo de ir embora,
não saber o que fazer com a mão,
gritar pro mundo e saber
gue o mundo não presta atenção
eu conheço o medo de ir embora
e embora não pareça, a dor vai passar -
lembra se puder
se não der, esqueça
de algum jeito vai passar...
o sol já nasceu na estrada nova
e mesmo que eu impeça, ele vai brilhar -
lembra se puder
se não der, esqueça
de algum jeito vai passar...
eu conheço o medo de ir embora,
o futuro agarra a sua mão
será que é o trem que passou
ou passou quem fica na estação?

eu conheço o medo de ir embora
e nada que interessa se pode guardar -
lembra se puder
se não der, esqueça
de algum jeito vai passar...

(oswaldo montenegro)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

loneliness.

não gosto quando a gente fica falando assim no que não foi, no que poderia ter sido. god! não aos sábados, principalmente à noite. não hoje, por favor, hoje não dá, eu tenho.
eu tenho uma sensação meio de amargura, de fracasso. você me entende? como se tivesse a obrigação de ter sido, ou tentado ser, outra pessoa.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

i just don't know what to do with myself.

baby, if your new love ever turns you down
come back, i will be around

just waiting for you.




(i don't know what else to do)

terça-feira, 5 de maio de 2009

apaixonar-se por ele é como recitar poesias à uma porta.

terça-feira, 28 de abril de 2009

sobre algo que.

guarde segredo que te quero e conte só os seus pra mim. faça de mim o seu brinquedo; você é meu enredo, vem pra cá.
te quero, te espero. não vai passar.
você pensa em mim, eu penso em você - eu tento dormir, você tenta esquecer. longe do seu ninho, meu andar caminho, deixo onde passo os meus pés no chão. sou mais um na multidão.
o mar de sol no leito do lar que nem um rio pode apagar, o amor é fogo e ferve queimando. estou ferido agora e sigo te amando; você pode acreditar. a mesma carta, o mesmo verbo. em sonho só viver pra ti. quem tem a chave do mistério não teme tanto o medo de amar.
me cego, te enxergo. não vai passar.
o amor não tarda, está.
te quero, te espero. não vai passar.
você pensa em mim, eu penso em você - eu tento dormir, você tenta esquecer. longe do seu ninho, meu andar caminho, deixo o óbvio faço os meus pés no chão...
sou mais um na multidão.

domingo, 5 de abril de 2009

Epifanias sobre o fim de um verão triste.

Verão, meu bem. O verão acabou. Finalmente chegaram as águas de março e só agora consigo alcançar a calma que preciso ter para escrever sobre ti; tudo entra agora em um estranho ritmo, quase-ritual, de início de outono e as ruas estão sempre mais vazias. A velha preguiça ao me levantar da cama pela manhã voltou, já posso usar minhas roupas habituais, as crianças que brincam em frente a minha casa estão um pouco mais silenciosas, meus banhos de final de tarde estão novamente funcionando como tranqüilizantes, meu café volta sem culpa a me fazer companhia durante todos os intervalos de cinco minutos que tenho durante todo o dia e até o canto dos pássaros é diferente. Em meio à todo alívio que sinto com o fim do verão, desponta dentro de mim uma pontinha de culpa por desejar tanto que cheguem logo os outonos com seus abrils e maios – ironicamente, meu amor, a primeira vez em que pude tocar teu rosto foi em uma tarde quente de um lindo verão.
Muitas luas já passaram por cima da primeira vez em que te vi. Todas as outras estações do ano já se repetiram e se repetiram também muitas outras que não existem no calendário. Atravessei agostos cortantes e julhos inteiros de saudade, admirei primaveras solitárias e vi chegar novamente os tristes verões que tanto me doem.
Aos finais de semana, meu querido, geralmente acordo sozinha. Ninguém em casa e a brisa leve que entra pelas frestas da porta diretamente da rua são uma marca intransferível do outono. O ventinho frio me toca os pés, o café feito bem antes de que eu acordasse espera pela minha caneca; imediatamente após a minha primeira – e mais gostosa – refeição, me recolho para um livro. Prefiro assim, com o silêncio dos móveis que não têm mais com quem conversar. Já tentei dar um jeito no meu quarto, mas sabes bem que não nasci pra isso – preciso me distrair, sento à janela, observo o jardim, tento assistir um filme qualquer. God knows como odeio a televisão! Música, talvez.
Acontece que, meu bem, por mais que eu me movimente por aqui, teus traços estão impregnados em todas as paredes que posso ver. Loucura ver tua imagem em todos os cantos deste lugar quando tudo o que existe ao meu redor é uma espantosa solidão. Tuas mãos, meu amor, tuas mãos e tudo o que elas seguraram, inclusive eu. Meus cabelos, meu travesseiro, minhas roupas e minhas próprias mãos também. Eu não fui abençoada com o dom das palavras, e muito menos sei desenhar, mas nenhuma outra pessoa no mundo além de mim sabe da vontade – e necessidade – que tenho de descrever e reproduzir tuas mãos em alguma folha branca de papel. O papel aceita qualquer coisa, jamais me recriminaria por errar teus traços ou distorcer tua ortografia. Uma outra forma de liberdade.

segunda-feira, 23 de março de 2009

...

tire o seu sorriso do caminho
que eu quero passar com a minha dor...
hoje pra você eu sou espinho
e espinho não machuca a flor
eu so errei quando juntei minh'alma a sua,
o sol não pode viver perto da lua.
tire o seu sorriso do caminho
que eu quero passar com a minha dor.
hoje pra você eu sou espinho
e espinho não machuca a flor
eu so errei quando juntei minh'alma a sua,
o sol não pode viver perto da lua...

é no espelho que eu vejo a minha mágoa,
a minha dor e os meus olhos rasos d'agua
eu na sua vida já fui uma flor
hoje sou espinho em seu amor,
eu so errei quando juntei minh'alma a sua
o sol não pode viver perto da lua...

tire o seu sorriso do caminho
que eu quero passar com a minha dor
que eu quero passar com a minha dor...

(nelson cavaquinho)